17.6.10

Chegada a Lisboa - O fim

Gostavamos de agradecer a todos os que nos apoiaram ao longo desta viagem, que nos deram algo de comer, dormida, um sorriso, um comentário no blogue, que nos foram ver a partir e que nos foram receber à chegada.
Foram 8 meses de muitas alegrias e algumas dificuldades, muitos amigos que fizemos e paisagens soberbas que contemplamos.
Conseguimos concluir o nosso objectivo de percorrer 3 continentes em menos de um ano e com zero emissões de poluição, excluindo as ligações marítimas por barco.
O motivo de não termos continuado rumo ao Tibete, deveu-se a não ser possível obter visto para o Paquistão, devido a uma nova lei, que apenas permitia obter o visto em Lisboa. Deste modo mudamos a rota para chegarmos o mais perto da China, onde conseguimos chegar até à fronteira do Afeganistão e ficamos a apenas 400kms da fronteira Chinesa.
Seguem as fotos da nossa chegada.
Tiago com a tão esperada chegada das bicicletas ao aeroporto
Uma recepção sem palavras.
Os meus colegas da IMT e respectivos familiares
Amigos dos escoteiros
E familiares

A malta da massa crítica que infelizmente foi impedida de entrar no aeroporto pela polícia.

16.6.10

Regresso a casa

Dushanbe

Aeroporto de Dushanbe
Empacotadas à espera do avião
Himalaias à vista

O porquê da Inglaterra estar sempre enublada.
Aqueduto das águas livres
Cidade universitária

15.6.10

Momentos Tajiquistão

Fizemos 12000kms no dia que entramos no Tajiquistão
Um campo de futebol convertido em pasto

Ponte precária
Um burro cumprimentando-nos
A passagem mais alta de toda a viagem, 3252,8m
Tiago numa das imensas e enormes cascatas que existem no Tajiquistão
Ponte presa por arames e solidária com as estradas, com buracos!

Campos com minas exigem atenção redobrada na escolha do local para o campismo selvagem.

Este autocarro abandonado, serve agora de muro e palheiro.
Interior de casa típica do Tajiquistão
Alemão e Austríaco que vão iniciar a rota dos Pamirs.

13.6.10

Paisagens Tajiquistão






Estrada em Z e rio aos Ss



12.6.10

De Korugh a Dushanbe - Jipe

Depois da avaria na bicicleta, tivemos de abrandar o ritmo, o que originou um atraso de alguns dias, chegando a Korugh dia 19 de Maio. Apenas 400kms nos separavam da fronteira chinesa, estavamos tão perto e ao mesmo tempo tão longe. Com o bilhete de volta já comprado de Dushanbe para Lisboa no seguinte dia 28, apenas tinhamos 9 dias para tudo. Tendo em consideração o estado das estradas, tinhamos de contar com pelo menos 1 dia para regressar da fronteira até korugh e outro dia de Korugh a Dushanbe. Apenas tinhamos 7dias para chegar à China, o que implicava pedalar todos os dias no minimo 60kms diários sem espaço para erro, e isto tudo com subidas até aos 4000m, com um desviador da Xunchi. Era demasiado arriscado, e decidimos ficar alguns dias a descansar e disfrutar da calmaria de Korugh, e depois regressar calmamente com tempo para imprevistos até Dushanbe.
Esta escolha revelou-se bastante sábia, pois nos dias seguintes choveu intensamente, e o caminho que haviamos feito para chegar aqui estava intransitável, depois de um desabamento de pedras ter destruído parcialmente um troço vital da estrada.
O jipe que nos levou de volta até Dushanbe, teve de ir por outro caminho, que também não havia certezas de estar completo, mas felizmente estava transitável.
Quando chegámos ao jipe, e após discussão de preço, carregamos as bicicletas no tejadilho, amarrado de forma duvidosa pelo motorista. Ao verificarmos um rasgo ao longo do pneu traseiro com mais de 4dedos de comprimento, questionamos ao motorista a durabilidade do mesmo em estradas tão más, onde prontamente nos disse:"Ok, no problem", fazendo nos ver que levavam dois pneus suplentes, ficamos mais descansados, mas não convencidos. Entramos todos no jipe, 3 para o banco de trás, 4 no nosso banco, e mais 3 no banco da frente... Ficamos incrédulos, eu e o Tiago nas pontas iamos completamente entalados entre o vidro e os outro dois passageiros encavalitados no mesmo banco. Quando questionei o dono do jipe que ia quase ao meu colo, ele fez um sorriso amarelo e disse que era só até Anjirak, como se nós soubessemos onde isso ficava. E assim pelas 9h da manhã iniciamos a viagem e passado alguns kms, um estrondoso BBUUMMM, rapidamente abrandou o jipe, levando à primeira substituição do pneu. Mais meia hora e rebenta o segundo pneu, o macaco avaria, o motorista dá-lhe mais um aperto num parafuso, e lá consegue substituir o pneu. Agora nem quero pensar, nestas estradas esburacadas e isoladas, se temos outro furo, ficamos aqui uma eternidade. E se pensam que o motorista guiava com algumas precauções, desenganem-se, cada vez acelerava mais e seguíamos entre os 60 e 70km/h entre curvas e contra-curvas com as bermas escarpadas. Passados mais uns kms ouve-se qualquer coisa a bater junto à roda direita dianteira. Após alguma análise, chegam à conclusão que o tubo do óleo do travão da frente, tinha rebentado, impossibilitando de este funcionar, solução? Desmonta-se o travão de disco, o importante é continuar, nunca ouviram dizer que parar é morrer?!?! Depois desta paragem, sem pneus suplentes, e sem o travão direito, acho que o jipe ainda ia mais depressa. Depois de largarmos os passageiros extra, lá conseguiram remendar os dois pneus suplentes na terra e lá prosseguimos viagem, agora nada nos podia parar, quero dizer quase nada... Pois chegados aos subúrbios de Dushanbe, ouve-se um soluçar de todo o jipe...o que será que aconteceu? O dono do jipe troca umas palavras em russo com o motorista, pegam num garrafão, e seguem sozinhos às 4h da manhã no meio da escuridão, parece que tinha acabado o combustivel... Passado uma hora lá voltaram, e finalmente conseguimos chegar a Dushanbe, 21horas depois de sairmos de Korugh.
Carregando o jipe
O vidro da frente completamente rachado, e pode se ver a estrada por onde seguíamos em muito mau estado
O "pequeno" rasgo do nosso pneu.
O pendura desvia os cabos deste poste caído à beira da estrada
O primeiro furo
O segundo furo
O arranjo do macaco
A remoção do travão da frente
A meter combustível
A jantar com a tripulação, salsichas e ovos estrelados por 1€ !!!
Viagem dentro do jipe...
...foram mais de 20horas para percorrer 900kms!!!